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sexta-feira, 15 de novembro de 2019

A professora que fez a diferença

Foi pelos meados do século XX que o presidente do Tribunal de Sessões Especiais da cidade de Nova York foi expor as suas ideias sobre o tratamento aos criminosos primários.
Era uma conferência perante magistrados do Estado do Missouri e, em certo momento, ele afirmou que sua atitude, em relação à delinquência entre os jovens se originara de um tratamento inteligente e afetuoso que lhe dispensara uma de suas mestras.
Ele não lhe mencionou o nome. Mas, terminada a reunião o juiz presidente da Corte Suprema do Missouri se aproximou e lhe perguntou se ele se referira à Srta. Varner.
E continuou: Você verificará que alguns dos juízes aqui reunidos foram profundamente influenciados por ela.
Nada menos de quatro juízes vieram manifestar-se a respeito.
Um dos juristas mais respeitados da América, o juiz Laurance Hyde, lhe disse:
Ela foi uma professora maravilhosa.
Ensinava seus alunos a não se contentarem em aprender apenas o que estivesse no livro. Mas interrogassem o autor, que contestassem suas afirmativas, que procurassem conhecer melhor o assunto.
Assim, se descobria o prazer de aprender.
E ele que acreditara que somente para si ela fora a conselheira particular, que o guiara através do curso secundário. Depois, através do curso superior, até se formar em Direito.
Dava-se conta, agora, que essa mulher admirável como professora, vice-diretora e diretora, exercera a mesma influência sobre centenas de alunos que passaram por aquela escola.
E cada um deles a considerava a sua conselheira particular.
Generais, motoristas de táxi, fazendeiros, magistrados, cientistas, almirantes, senadores todos foram beneficiários do afeto e da sua dedicação.
Ela exerceu a sua influência sobre centenas de destinos.
Quando, na escola, havia um menino que todos os demais professores julgavam um indisciplinado incorrigível, ela afirmava: Não existe semelhante coisa.
E se encarregava do caso. Tratava o adolescente com tal amor e compreensão que a transformação se operava.
O próprio chefe de polícia, mais de uma vez, levou à sua presença mocinhos acusados de prática de ilegalidades.
Eram atos sem grandes consequências, mas, ainda assim, contrários à lei.
Ela conversava com eles, e eles nunca mais se metiam em encrencas.
Calla Edington Varner, uma professora que fez a diferença. Como faz falta, nos dias em que vivemos, professores dessa qualidade.
Professores que tenham em mente seus deveres cívicos e lembrem que numa democracia todos importam.
E que cada um pode fazer a grande diferença, operando mudanças pequenas ou expressivas onde se encontre.
Com certeza, professores assim existem. E a esses, a nossa grande e especial homenagem.
Sobretudo os votos de que não esmoreçam, mesmo ante a indiferença de muitos, ou até observações desestimuladoras de que não vale o investimento.
Também nosso apelo aos que temos filhos na escola para que nos demos conta do esforço de heróis assim especiais, que se dedicam muito além do dever.
Heróis silenciosos nas salas de aula, horas e horas. Heróis dedicados em seus lares, preparando aulas, estudando, pesquisando.
Heróis que ensinam, que iluminam mentes, que alimentam corações com sua presença afetuosa e esclarecedora.

Redação do Momento Espírita com base no artigoSaudação a uma professora, de Irving Ben Cooper, da
Revista Seleções Readers’s Digest, de outubro.1957

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