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quinta-feira, 28 de junho de 2018

Desafio cotidiano

Desafio cotidiano



Cada manhã é um novo desafio. A forma que o encaramos reflete nossa postura perante as Leis Divinas.

Alguns despertamos descontentes e contemplamos as horas novas como uma carga, que deve ser transportada a qualquer custo.

Outros olhamos o dia que surge e logo alçamos o pensamento em fervorosa prece de gratidão, pela renovação da vida no planeta.

Os primeiros somos os pessimistas, que ainda não aprendemos a perceber a vontade de Deus no transcorrer dos acontecimentos.

Os segundos somos os que nos alicerçamos na fé, cientes de que a vida deve ser vivida em plenitude.

Se nos encontramos entre os primeiros, tudo nos transcorre mal. Se o ônibus atrasa, se a chuva nos surpreende em plena rua, se a fila do caixa do banco está morosa. E tudo é motivo para reclamação e desconforto.

Nesse passo, acreditamos que todos têm má vontade para conosco: no trânsito, ninguém nos concede a passagem, quando estamos aguardando para adentrar a via movimentada; a recepcionista agendou nosso atendimento somente para daqui há uma semana...

Abrimos os jornais e conseguimos somente destacar as manchetes ruins, desagradáveis, que falam de agressões, de desemprego, baixos salários, fugas ao dever, corrupção.

Se somos daqueles que pertencem ao outro grupo, conseguimos vislumbrar em todo transtorno uma oportunidade de servir ou nos ilustrar.

Assim, aproveitamos o tempo para ler, enquanto aguardamos na fila do ônibus ou do caixa. Ou então para um sorriso, um gesto de boa vontade.

Ante a intempérie, agradecemos a bênção dos ventos, da água, do frio, reconhecendo-lhes o justo valor.

Numa dessas manhãs, ouvimos a conversa de um senhor idoso e que demonstrava, pelos trajes, sua condição de dificuldade econômica.

Falava do salário que ganhava, aliás, tomara a condução justamente para se dirigir ao banco, a fim de sacar o valor de sua aposentadoria por invalidez.

Mostrava-se feliz. Não podia mais trabalhar, pela enfermidade que o incapacitara. Contudo, sentia-se feliz por estar andando com suas próprias pernas.

Comentou sobre o atendimento médico e farmacêutico que busca, dizendo-se satisfeito por sempre o atenderem muito bem.

Detalhou como conseguia sobreviver com o mísero salário, economizando, pesquisando preços, não se permitindo alguns produtos alimentares.

E sorria, dando graças a Deus.

Em verdade, observando aquele anônimo, fomos levados a cogitar acerca da forma com que estamos encarando nossos dias, nossos problemas, nossa vida.

Quantos possuímos muito mais do que o idoso desconhecido e nada fazemos além de reclamar?

Sábios somos se, em meio à adversidade, conseguimos elaborar preciosas lições de vida, modelos que podem ser seguidos pelos que têm olhos de ver e ouvidos de ouvir.

*   *   *

A maior tristeza que pode se abater sobre nós, rotulando-a, fomentando desditas para o Espírito, é o mau aproveitamento das oportunidades que nos concede o Criador, para evoluir e brilhar.

Meditemos sobre isso e cultivemos as alegrias de que necessitamos, nos nobres serviços do amor.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 4,
do livro Rosângela, pelo Espírito Rosângela, psicografia
de J. Raul Teixeira, ed. FRÁTER.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 4, ed. FEP.
Em 28.6.2018

*Bom dia.*

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Texto e imagem se completam

O que é Solidão ? 
Solidão não é a falta de gente para, conversar, passear, namorar ou fazer sexo……isto é carência. Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar… isto é saudades. Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe às vezes para realinhar os pensamentos……isto é equilíbrio. Tampouco é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente, para que revejamos a nossa vida… isto é um princípio da natureza. Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado … isto é circunstância. Solidão é muito mais que isto… Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma. 
Francisco Xavier

Comparando-nos com os outros

Comparando-nos com os outros

Em um mundo onde a competição toma conta das relações, os modelos são sempre superlativos.
Precisamos ser os mais rápidos, desejamos ser os mais belos, lutamos para ser os mais fortes.
Comparamo-nos o tempo inteiro, e parece que a perfeição está sempre no outro.
No corpo da apresentadora de TV, na grande demonstração de afeto da esposa do vizinho, no extraordinário emprego conseguido pelo ex-colega da Faculdade e assim por diante.
O escritor e educador Rubem Alves vê na comparação um exercício dos olhos:
Vejo-me - estou feliz. Vejo o outro. Vejo-me nos olhos do outro – ele tem mais do que eu. Vendo-me nos olhos dos outros eu me sinto humilhado. Tenho menos. Sou menos.
O autor narra que ele mesmo só descobriu que era pobre quando deixou o interior de Minas Gerais para morar no Rio, e foi parar num colégio de cariocas ricos.
Então, começou a se sentir diferente, falava com sotaque caipira, não pertencia ao mundo elegante dos colegas, e sentiu vergonha de sua pobreza.
Até então, Rubem morava com uma família numa casa velha de pau a pique, emprestada.
Diz ele: Eu sou muito ligado a esse passado, foi um período de grande pobreza, mas eu não sabia que era pobre.
O sentimento da infelicidade nasce da comparação. Foi um momento de grande felicidade, um período sem dor. Só dor de dente, dor de espinho no pé.
*   *   *
Baseados nisso podemos questionar: Como não se comparar? Como viver sem referência alguma?
Não seria possível, obviamente. A não ser que nos ilhássemos definitivamente – uma solução que traria uma centena de outras consequências negativas.
Como lidar equilibradamente com tudo isso, então?
Uma primeira ideia seria a de cuidar para que a competição não tome conta das relações, sejam elas afetivas, familiares ou profissionais.
Se isso acontecer – e normalmente acontece -, que tal transformar a competição em cooperação?
Como? Percebendo que não estamos nas relações apenas para dar e receber, e sim para cooperar, construir um bem comum.
Ver os outros como companheiros e não como adversários faz uma grande diferença.
Uma segunda resolução seria buscar ver a vida do outro como ela realmente é, e não como julgamos que ela seja.
Estamos num mundo de provas e expiações, onde os embates contra nossas imperfeições, ainda insistentes, são constantes. E essas pelejas não poupam ninguém.
Todos temos conflitos, inseguranças, cometemos equívocos e sofremos as consequências do que plantamos.
As leis maiores do Universo regem a vida de todos igualmente. Não há favorecidos nem esquecidos por Deus.
Ver a perfeição, a felicidade, apenas naquilo que não se tem ou no que os outros têm, é um tipo de comportamento que somente gera insatisfação.
*   *   *
Na excelente obra de Allan Kardec, O Evangelho segundo o Espiritismo,colhemos um esclarecimento especial a respeito do homem de bem.
O homem de bem é aquele que estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las.
Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no artigoVocê não é perfeitode autoria de Elisa Correa, publicado
na 
Revista Vida Simples, de julho de 2008 e no cap. XVII,
item 3, do livro 
O Evangelho segundo o Espiritismo,

de Allan Kardec, ed. FEB.
Em 26.6.2018.

Mensagens








quinta-feira, 21 de junho de 2018

O sábio e o pássarol Richard Simonetti

O sábio e o pássaro



Conta-se que, certa vez, um homem muito maldoso resolveu pregar uma peça em um mestre, famoso por sua sabedoria.

Preparou uma armadilha infalível, como somente os maus podem conceber.

Tomou de um pássaro e o segurou nas mãos, imaginando que iria até o idoso e experiente mestre, formulando-lhe a seguinte pergunta: Mestre, o passarinho que trago nas mãos está vivo ou morto?

Naturalmente, se o mestre respondesse que estava vivo, ele o esmagaria em sua mão, mostrando o pequeno cadáver. Se a resposta fosse que o pássaro estava morto, ele abriria as mãos, libertando-o e permitindo que voasse, ganhando as alturas.

Qualquer que fosse a resposta, ele incorreria em erro aos olhos de todos que assistissem a cena.

Assim pensou. Assim fez.

Quando vários discípulos se encontravam ao redor do venerando senhor, ele se aproximou e formulou a pergunta fatal.

O sábio olhou profundamente o homem em seus olhos. Parecia desejar examinar o mais escondido de sua alma, depois respondeu, calmo e seguro:

O destino desse pássaro, meu filho, está em suas mãos.

*   *   *

A história pode nos sugerir vários aspectos. Podemos analisar a maldade humana, que não vacila em esmagar inocentes para alcançar os seus objetivos.

Podemos meditar na excelência da sabedoria, que se sobrepõe a qualquer ardil dos desonestos.

Mas podemos sobretudo falar a respeito da destinação humana, ainda tão mal compreendida.

Normalmente, tudo se atribui a Deus, à Sua vontade: as doenças, a miséria, a ignorância, a desgraça...

Ora, se Deus é de infinito amor e bondade, conforme nos revelou Jesus, como conceber que Ele seja o promotor do infortúnio?

A vida nos é dada por Deus mas a qualidade de vida é fruto das ações humanas.

Se o mal impera, é porque os bons se omitem, de forma tímida, permitindo o avanço acintoso daquele.

A mão que liberta o homem da desgraça é a do seu semelhante, o mais próximo que se lhe situe.

Assim, o destino de nossa sociedade é o somatório de nossas ações.

Filhos de Deus, criados à Sua imagem e semelhança, exercitemos a vontade, moldando nossa destinação gloriosa, bem como influenciemos positivamente as vidas dos que nos cercam.

Você sabia?

Você sabia que é nosso dever fazer algo de bom pelo semelhante?

Que para uma sociedade sadia é indispensável a solidariedade?

E que solidariedade significa prestar ao semelhante todo o cuidado que gostaríamos de receber dele, caso fôssemos nós os necessitados?

Redação do Momento Espírita, com base no artigo O sábio e o pássaro, de Richard Simonetti,
publicado na revista Reformador, de março/1998,
ed. FEB.
Em 21.6.2018.