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sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Ocupações...



O Tempo passa cada vez mais rápido.
 
É necessário perceber que o Tempo não para...  E  ocupar-nos com o que é realmente importante... Nós mesmos...

Nossos pensamentos nos levam a ocupações  desnecessarias... Nos desconectamos da Essência...

É importante Parar... Respirar... Deixar fluir... Rir...

Talvez estejamos sobrecarregados de trabalho, de tarefas, pois não nos satisfazemos mais com o suficiente, com o simples...

Desejamos sempre mais, mesmo quando já estamos satisfeitos ou saciados...

Perdemos a saúde correndo atrás do dinheiro e gastamos dinheiro para recuperar a saúde.

O vazio permanece... Pois, em Essência não necessitamos de nada... Perceba que nem o corpo levamos... Nada aqui é nosso... Do pó ao pó...

Mas mesmo assim vivemos na correria... Não temos tempo de ouvir quem está ao nosso lado, mas nos comunicamos com os amigos virtuais o tempo todo...

Sentamos a mesa e não sentimos o sabor dos alimentos, não ouvimos o outro... Tudo é FAST...( Rápido... Para ontem...)

Quando falamos, parecemos discos riscados... Sempre reclamando... Falando dos outros... Sem conteúdo...

Os mesmos assuntos... Os mesmos erros...

É necessário parar e silenciar a mente...

Ouvir o coração, perceber que existe muito barulho interno e externo...

Parar de comparar-se... De culpar-se... De ocupar-se...

É necessário ... Deixar fluir... Não ir contra... Nem a favor...

Sair da correria...

Viver o momento... Parar de pensar que a Felicidade esta em ter ou ser...

Na realidade a felicidade talvez esteja no Estar... Estar presente ao presente... Ao agora...

Desacelerar...

Apreciar o agora...

Quem corre muito... Não percebe as flores no caminho...  Ou melhor... Não vive o caminho... Não aproveita a viagem e não percebe que a vida é a viagem e não o objetivo...

Aproveite... Agora estamos aqui... Agora não sei... Um segundo e o agora já passou...

Pare de ocupar-se com vazios...

Observe-se...

A paz começa comigo!
A paz começa com você!

Paulo Sérgio Lopes

🌻🌻🌻

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

" Mostre ao Universo uma nova vibração e ele te mostrará seus milagres."

É importante começar a mudança interior...
Não adianta dizer que mudou... Se a mudança não acontecer em nosso âmago, não fará diferença nenhuma...

Vibramos o que sentimos e pensamos, portanto não há como enganar o Universo.

Você pode até parecer ter mudado, mas se os seus pensamentos continuam os mesmos, nada mudará.

É importante começar a mudança.  Manter a harmonia. Ter Fé e Crer...

Isso não significa que tudo vai dar certo, significa que você estará preparado para lidar com as adversidades da vida.

Lógico que se você conseguir elevar suas vibrações energéticas você vai se sentir melhor, entrará em sintonia com energias mais positivas.

A verdadeira mudança ocorre de dentro para fora...

A vida é Movimento constante, movimente-se na direção dos seus desejos... Deseje mudar.... Deseje SER MELHOR...

O Universo está com as portas abertas, mas precisamos abrir os olhos para enxergar... É necessário iniciar a mudança,  mesmo sem enxergar o próximo degrau.  Ter Fé!

Medite!

A PAZ COMEÇA COMIGO!

Paulo Sérgio Lopes

🌻🌻🌻

Pensamentos...

Pensamentos...

Não conseguimos parar de pensar...

Nossa mente nos ocupa o tempo todo, fornecendo informações necessárias ou não...

Lembranças... Sonhos... Planejamentos...

Não podemos ficar acomodados e escravos de nossos pensamentos, mas sim focar no que é importante...

E o que é realmente importante?

O AQUI E AGORA!

Largar o passado nos liberta para viver o hoje... Sei que hoje é consequência do ontem, mas se desejo mudar, preciso focar no hoje e viver um novo dia... 

Amanhã nada sei...

Não sabemos nem de hoje... Pode chover a qualquer instante... O Tempo não para...

Esta é a nossa vida... Viver cada momento... Dias alegres ou tristes...

Não importa... A vida segue...

Não permita que as emoções lhe dominem.

Não permita que os outros decidam por você.

Não permita que os outros usem você.

Silencie a mente... Sei não é fácil... Mas tente pelo menos mudar...

Faça o que for possível agora.

Teremos a Saúde mental quando conseguirmos parar de julgar, comparar, mentir, etc...

Jogue fora... Fique Bem...

Solte! Perdoe!

Ninguém é melhor que ninguém...

Em Essência somos todos iguais.

A paz começa comigo.
A paz começa com você!

Paulo Sérgio Lopes

🌻🌻🌻

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Creia! Tudo vem para o bem!

Em nossa jornada não temos a capacidade de enxergar o todo, só o Criador.  Sendo assim, muitos fatos que nos obrigam a mudar de direção ou até voltar, fazem parte da nossa evolução.

Uma injeção para uma criança pode parecer, para ela, totalmente desnecessária e dolorida, mas seus pais estão dispostos a segura-la e obriga-la a receber a injeção, pois sabem que é para o seu bem... Assim É O CRIADOR EM NOSSA VIDA.

Ao invés de reclamar como a criança, que você não é mais, procure agir com mais SABEDORIA... Comece a aceitar e agradecer, buscando o EQUILÍBRIO e principalmente a entender o que essa situação vem trazer para você.  O que ela quer nos ensinar.

O Criador não nos desampara e é necessário ser FORTE. Muitas adversidades vão nos deixar muito tristes e fracos, mas CREIA, se chegou até você, não é por acaso, mas sim necessário a sua EVOLUÇÃO.

Assim como as estações do ano, as dificuldades vão passar... Haverão invernos rigorosos e primaveras lindas... Tudo faz parte. E o principal é entender que tudo é passageiro.

Não temos absolutamente nada aqui...

Mantenha o bom HUMOR e lembre-se : O CRIADOR NÃO DORME E TUDO SEGUE UM FLUXO!

A momentos de ACELERAR e haverá momentos de PARAR, fique atento para saber o momento certo para os dois...

Medite!

A paz começa comigo!
A paz começa com você!

Paulo Sérgio Lopes



🌻🌻🌻

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Sentir...


Não adiante lutar contra... O que estamos sentindo não mudará imediatamente...

É necessário trabalhar para mudar-nos.

Se sinto tristeza,  medo, raiva, insegurança, não tenho como mudar, pois sentir vem do âmago,  vem de nossa consciência...

É diferente de pensar... Consigo mudar os pensamentos, mas o que sinto é muito mais difícil.

Mas é nesse momento que temos a oportunidade de trabalhar estes sentimentos.

Só se trabalha a raiva quando sentimos raiva...

Portanto,  é nesses momentos que devemos tentar refletir e entender o que nos leva a sentir a raiva...

É importante aprender a controlar-se e aos poucos ir controlando os sentimentos. E  aprendendo a não sentir raiva, por exemplo...

Se você ao sentir raiva, ao invés,  de ameniza-la,  você alimenta-la,  você estará perdendo o controle da situação...

Sentir, pensar e agir... Observe a ordem...

Não é porque estou triste que tenho que pensar e agir com tristeza... Posso sentir-me triste, mas mesmo assim pensar e buscar algo que me anime e que sustitua a tristeza que estou sentindo por algo melhor... Isso é ter o controle da situação.

MEDITE!

A paz começa comigo.
A paz começa com você!

Paulo Sérgio Lopes

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Eles passam.


_Ao acordar, aceite a vida do jeito que ela é e representa._
_Compreenda o milagre de Jesus através de toda beleza dos dias._
_Viva, a dádiva da existência!_
_Você não precisa dar algo em troca._
_Ele só quer e pretende que você seja verdadeiramente feliz._
_Que faça o bem para tudo e para todas as pessoas._
_Cumpra a sua parte e receba os dias com um sorriso no rosto e com a palavra de Jesus no coração._
_Tenha um lindo amanhecer!_
_Aprenda a valorizar o abraço antes da ausência, o sorriso antes da lágrima;_
_E o momento que antecede a despedida._
_Sim!_
_É verdade que a vida voa._
_Mas também recomeça a cada dia e a cada amanhecer._
_E ela te oferta com infinitas chances de recomeçar._
_Então continue sendo luz, leve essa positividade para todos os lugares._
_Devagar você está construindo o seu mundo._
_Esqueça as dores e as dificuldades._
_Sua luz é mais forte que qualquer escuridão._
_Tudo passa..._
_E tudo vai ficar bem!_
_Paz, luz e bem em seu lar e para os seus!_
_Bom dia_
🌻🌻🌻

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Problemas...

Problemas...

Se um problema se apresenta, temos duas escolhas: Soluciona-lo ou não...

Dizer não é a primeira opção.  Quantos problemas teriam sido evitados com essa pequena palavrinha : NÃO!

Mas, se não há saída,  vamos soluciona-lo. ..

É preciso resolve-lo agora? Não?  Esqueça-o!

Se não tem que resolver agora, cesse a angústia,  solte-o e vá fazer o que é possível e necessário.

Reclamar adianta? Blasfemar adianta? Entrar em pânico adianta?  Fugir adianta?  Se as respostas a essas perguntas,  forem não... Melhor colocar a mão na massa,  veja o que é possível fazer e FAÇA!

Não perca tempo piorando a situação... Se tiver que pedir desculpas,  peça!  Se tiver que perdoar,  Perdoe!  Se tiver que soltar, solte!

Pare de colecionar problemas,  não os carregue nas costas,  divida-os com quem pode ajudar...

Se você não é um Super Herói é melhor aprender a dividir o peso.  Não queira carregar todos nas costas... Faça o seu melhor,  mas não insista em querer solucionar a vida de todos. .. Você poderá estragar a sua...

Ajude! Seja pró-ativo com todos, mas ajude no limite. Sem se prejudicar...

Se cada um fizer a sua parte! Já será o suficiente.

A sua atitude perante o problema fará total diferença.

Não faça nada nervoso,  ansioso,  com raiva... Espere um pouco... Sinta a situação com mais calma... Pense um pouco, controle a a língua e as mãos...

Lembre-se: Tudo passa...

Reflita!

A paz começa comigo.

Paulo Sérgio Lopes


🌻🌻🌻

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Começo de um novo dia



É madrugada. Despertou-me a preocupação. O dia começa a se espreguiçar, boceja e ainda permanece indeciso se lançará logo mais as suas luzes.
Ergo-me da cama para iniciar uma nova jornada, antecipando-me às horas.
Muitas tarefas me aguardam e algumas delas, com datas que apontam hoje como o derradeiro prazo. São compromissos profissionais que não podem tardar e tarefas no âmbito do voluntariado, que exigem dedicação.
Ouço o canto do bem-te-vi. É uma das primeiras aves a sinalizar o amanhecer. Indago-me se será um anúncio ao dia ou um chamado ao seu par.
Detenho-me a escutá-lo nesse complexo arranjo de notas, emitidas de um modo rítmico, pelos minutos afora.
Anúncio de um dia de paz, penso eu. Também de intenso trabalho, dulcificado pela sinfonia desse amigo e dos demais que logo se lhe associam.
A árvore, em frente à minha casa, é um lugar de muitos trinados, cantos e discussões. Sim, em meio à cantoria, destacam-se alguns tons que parecem discussão. Imagino se estão disputando território.
Por vezes, chego a comentar: Devem estar discutindo o valor do condomínio porque, afinal, a generosa árvore, com sua ramada abundante, é o lar de alguns deles que a deixam pela madrugada e retornam quando as cores do dia principiam a desmaiar, no horizonte.
Sem que eu o possa ver, ouço o som de um avião que sobrevoa os céus. Fico a imaginar quantas pessoas estarão dentro dele.
Para onde irão? Por que estão viajando? E, principalmente: Chegarão ao seu destino?
Será um voo tranquilo, sem turbulência ou eventuais percalços que envolvam alguma falha mecânica? Quantas horas permanecerá no ar? Atravessará o espaço aéreo de quantas cidades, Estados? Talvez países?
Atravessará mares e oceanos? Ou pousará logo mais, em um local próximo?
Enquanto o dia resolve, finalmente, despertar e toca levemente o sol, para que ele principie a iluminar as horas, fico a pensar como tantas pessoas vêm de tantos lugares diferentes para viajarem juntas, durante um curto ou largo tempo.
Quantos sonhos ocuparão aquelas mentes? Ou serão preocupações, negócios? Quem as aguarda no destino final?
Não vejo a aeronave e me indago quantas almas carregará em seu bojo. Quantas viajam felizes porque estão indo ao encontro de seres amados, para uma festa de casamento, de aniversário, o nascimento de um novo ser.
Quantas viajam atormentadas por notícias amargas, que dizem de um ente querido hospitalizado de forma emergencial, de uma cirurgia complicada de resultado incerto, de alguém que desencarnou...
Quantas viajam pensando no negócio que deverão empreender, do qual depende o seu futuro na empresa, o sustento da sua família.
Quantas viajam a caminho de concurso que deverão prestar e que definirá sua carreira profissional.
Quantas viajam a caminho de tarefas voluntárias, como palestrantes, ou atendimento a sofridos seres na face da Terra.
Meu Deus! Quantos pensamentos em tão poucos minutos... Dou-me conta de que o dia despertou totalmente. Os sons se confundem. A passarada voa.
Ergo minha prece e digo ao Senhor da vida: Obrigado, pai. Segue comigo. Tenho tanto a fazer.
Redação do Momento Espírita.

Mesmo que não saibamos os nomes



Botânica é o estudo da fisiologia, morfologia, ecologia, evolução, anatomia, classificação, doenças, distribuição, dentre outros aspectos, das plantas.
A História dessa área das ciências naturais nos remete a um passado bem distante.
Por exemplo, no ano 370 a.C., um filósofo grego chamado Teofrastus, discípulo de Aristóteles, escreveu dois tratados: Sobre a História das plantas e Sobre as causas das plantas.
O alemão Otto Brunfels, no século XVI, publicou uma obra denominada Herbarium, com informações precisas sobre algumas espécies de plantas.
Dois séculos depois, o botânico sueco Lineu propôs uma nomenclatura que classificava as plantas, com base na posição e número de estames na flor.
Ambos são considerados como os pais da Botânica Científica.
Em nosso país, o estudo dos vegetais foi impulsionado pela chegada da corte portuguesa, ao Rio de Janeiro, em 1808.
Em 13 de junho daquele mesmo ano, o príncipe regente português D. João VI decidiu instalar um jardim para aclimatação de espécies vegetais de vários países do mundo.
Surgia o Jardim Botânico, uma das mais belas e bem preservadas áreas verdes da Cidade Maravilhosa.
É um grande exemplo da diversidade da flora brasileira e estrangeira. Mais de seis mil e quinhentas espécies ali se encontram, ao ar livre e em estufas. Algumas delas, ameaçadas de extinção.
Com certeza, os que somos os simples amantes das flores, sem títulos na área da Botânica, não sabemos senão os nomes de algumas dessas espécies.
Possivelmente, não saibamos os nomes científicos, somente aqueles populares, pelos quais elas são conhecidas.
Contudo, nos sensibilizamos com tamanha diversidade, em que se harmonizam, beleza, cores, tamanhos e formas.
Se nos pomos a observar, mais de perto, e sem pressa, com certeza descobriremos formas muito peculiares. Como a da flor que parece exatamente uma bailarina dançando: braços ao alto, pernas retas, a saia curta imitando o tutu italiano.
Sem se falar naquelas que têm desenhadas a cabeça, com pontinhos que se assemelham a olhinhos espertos.
E que dizer daqueloutras que parecem aves das mais diversas espécies?
Papagaios, pombas, pelicanos. Formas tão bem delineadas que paramos para admirar e nos indagamos: É uma planta ou é um pássaro preso a uma haste, sem condições de voar?
E quando o morro desce pelas encostas como numa cascata de flores, mesclando cores e perfumes, nos perguntamos quem bordou tanta beleza.
Será que, enquanto dormimos, semeadores invisíveis tudo isso providenciam?
Coisa surpreendente. Desejamos viajar pelo espaço e descobrir novos mundos.
É de estarrecer quanto ainda temos por descobrir aqui, neste pequeno e insignificante pontinho azul, chamado Terra.
É de nos admirarmos, sem cessar, e aprender a louvar essa Onipotência que tudo rege, tudo cria, tudo governa.
Podemos chamá-la Deus, Alá, Jeová, Todo-Poderoso, Arquiteto do Universo. Não importa.
Ele é o Artista Mor. Nosso Pai Celeste. Pai de todas as Humanidades.
Aprendamos a louvar-lhe a glória que se manifesta na natureza.

Redação do Momento Espírita.

A arte de ouvir






Ela era uma senhora solitária, envolta no luto da dor, desde que o marido morrera. Vivia só, na grande casa do meio da quadra. Casa com varanda e cadeira de balanço.
Todas as manhãs, o entregador de jornais, garoto de uns dez anos, passava pedalando sua bicicleta e, num gesto bem planejado, atirava o jornal nos degraus da varanda.
Nunca errava. Paff! Era o sinal característico do jornal caindo no segundo degrau.
Então, numa manhã de inverno, quando se preparava para lançar o jornal, ele a viu.
Parada nos degraus da varanda, de pé, acenando-lhe para que se aproximasse.
Ele desceu da bicicleta e foi andando em direção a ela. O que será que ela quer? - Pensou o garoto. Será que vai reclamar de alguma coisa?
Venha tomar um café, falou a senhora. Tenho biscoitos gostosos.
Enquanto ele saboreava o lanche que lhe aquecia as entranhas, ela começou a falar.
Falou a respeito do marido, de suas vidas, da sua saudade. Passado um quarto de hora, ele se levantou, agradeceu e saiu. No dia seguinte e no outro, a cena se repetiu.
O menino decidiu falar a seu pai a respeito. Afinal, ele achava muito estranha aquela atitude.
O pai, homem experiente, lhe disse: Filho, ouça apenas. A senhora Almeida deve estar se sentindo solitária, após a morte do marido.
Deixe-a falar. Recordar os dias de felicidade vividos deve lhe fazer bem ao coração. É importante que alguém a ouça.
Nos dias que se seguiram, nas semanas e nos meses, o garoto aprendeu a ouvir, demonstrando interesse em seus olhos verdes e espertos.
Quando a primavera chegou, ela substituiu o café quentinho pelo suco de frutas. O verão trouxe sorvete.
Ao final, o entregador de jornais já iniciava sua tarefa pensando na parada obrigatória em casa da viúva. Habituou-se a escutar e escutar. Percebeu, com o tempo, que a velha senhora foi mudando o tom das conversas.
Como a primavera, ela voltou a florir, nos meses que vieram depois.
Quando o ano findou, o menino foi estudar em outra cidade.
O tempo se encarregaria de lecionar mais esperança no coração da viúva e amadurecer ideias no cérebro jovem.
Muitos fatores contribuíram para que o garoto e a viúva não tornassem a se encontrar. Contudo, uma lição o acompanhou por toda a vida. Ele nunca se esqueceu da importância de ouvir as pessoas, suas dificuldades, seus problemas, suas queixas.
Lição que contribuiu também para o seu sucesso como esposo, pai de família e profissional.
*   *   *
Saber ouvir é uma virtude. De um modo geral, nos cumprimentamos, perguntando uns aos outros, como está a saúde e a dos familiares.
Raramente esperamos por uma resposta que não seja a padrão: Tudo bem.
Normalmente, se o outro passa a desfiar o rosário das suas dores e a problemática da família, nos desculpamos apontando as nossas obrigações e quefazeres.
Entretanto, quando nos sentimos tristes, desejamos ardentemente que alguém nos ouça, que escute a cantilena das nossas mágoas.
Pensemos nisso. Mas pensemos agora, enquanto ainda nos encontramos a caminho com nossos irmãos, na estrada terrena.
Redação do Momento Espírita, com base no textoO que aprendi com os vizinhos, de Seleções
Reader´s Digest, de abril de 1999.

Ouvindo o silêncio






Alguns de nós não apreciamos permanecer em silêncio. Se não temos com quem conversar, se a casa está quieta, ligamos a TV, simplesmente para ouvir algo.
Algo que, em verdade, nem prestamos atenção. É para ter ruído
É comum entabularmos conversas no ponto de ônibus, na fila do mercado, na sala de espera de um consultório. Tudo para ter ruído ao nosso redor.
Parece que o silêncio nos incomoda. Chegamos a dizer: Não gosto de silêncio.
E, no entanto, o silêncio se faz necessário para a mente como o sono se faz necessário para o corpo.
Todos precisamos de calmaria, em algum momento. Diminuir os ruídos de fora, darmos um descanso aos ouvidos, à mente.
Afinal, vivemos em meio a tanto barulho: gente falando, veículos buzinando, tráfego intenso, propaganda de alto-falantes, maquinaria barulhenta, música agitada.
Se andamos pela cidade, tudo parece se misturar às vozes das próprias pessoas. E se transforma num imenso barulho, constante, incessante.
Se entrarmos em uma sala onde se aguarda um espetáculo, e pararmos, ouviremos uma grande confusão de vozes de tantos que falam uns com os outros, todos ao mesmo tempo.
Diminuir o volume do mundo é um convite para contemplar a vida ao nosso redor.
Se desligarmos a TV, o rádio, se não falarmos, começaremos a mergulhar no silêncio.
E ouviremos tantas coisas que, habitualmente, não ouvimos. Por exemplo, o delicado farfalhar das folhas no jardim, quando os dedos da brisa as tocam.
O pio de um passarinho que descansa no galho da árvore fronteiriça, os primeiros e hesitantes pingos da chuva calma que se avizinha e mergulha na terra.
O murmúrio da terra sorvendo gota a gota...
Depois, o tamborilar da chuva na janela, o som da nossa respiração, o bater ritmado do coração.
Quantas coisas para ouvir no silêncio que, em verdade, é cheio de sons surpreendentes.
Se a noite for de estrelas, poderemos ouvir ainda outros tantos sons que se manifestam: o pio da coruja, um cão que late ao longe.
Ruídos da noite que se aconchega para dormir. Encantadores, quase sempre despercebidos por nós.
Finalmente, ouvir os nossos próprios pensamentos. Quantos deles dão conta da nossa agitação constante. Precisamos parar, silenciar, pensar.
Selecionar pensamentos e desprezar aqueles que somente nos causam aflição e desconforto.
Ouvir nossa alma, sedenta de tranquilidade. Nossa alma que deseja beber do silêncio para se extasiar com a harmonia de si mesma.
Silêncio para orar. E para ouvir a resposta, vinda dos céus.
Silêncio para pensar no milagre da vida, que se reprisa a cada dia e se perpetua, através dos séculos.
Silêncio para ler, pausadamente, um livro que repousa, há bastante tempo, sobre a estante.
E se extasiar com o mergulho nas letras, que nos conduzem a um mundo de formas, ações, aprendizado.
Silêncio, irmão da paz, nos permite nos movermos sem pressa e a respirarmos com calma.
Logo mais, as horas despertarão e tudo recomeçará, mas nossos ouvidos estarão descansados pelo período de calmaria e nossa mente mais ágil, após o período de descanso.
Pensemos nisso e periodicamente aprendamos a fazer silêncio e a ouvir o silêncio.
Redação do Momento Espírita.

Lembranças de felicidade



Cremos que muitos de nós, senão todos, recordamos de certos momentos em família. Sobretudo, aqueles que marcaram a nossa infância.
Quantas vezes nos erguemos, no meio da noite, despertando de um sonho mau ou com o barulho do temporal na janela e corremos para o quarto dos nossos pais?
Antes mesmo que sequer eles se dessem conta, pulávamos no meio deles, buscando aconchego. Ali o medo desaparecia, nos sentíamos protegidos.
Quase sempre, logo em seguida, um dos irmãos fazia o mesmo trajeto e também se amontoava na mesma cama.
Pai e mãe se acomodavam, nos cobriam, abraçavam e murmuravam: Tudo bem. Logo passa. Fechem os olhos e durmam. Estão seguros aqui.
E como era seguro, entre ambos, que pareciam duas muralhas a impedir qualquer coisa ruim de nos atingir.
Entre as cobertas, de vez em quando, vinha uma reclamação: Está apertado. Chega mais pra lá. Eu estou sem coberta. Mãe, ele está me chutando.
E os pais se esforçavam para dormir, enquanto um pequeno se mexia, outro fungava e até puxava assunto porque perdera o sono.
Enfim, quando chegava a manhã, havia sempre um pouco de dengo para sair da cama. Afinal, quem quer deixar algo tão bom?
Por vezes, algumas risadas, porque o pai nos fazia cócegas a fim de nos despertar de vez e levantarmos.
O próximo encontro era na cozinha. Ainda de pijama, tomávamos o café com torradas, doce, frutas. Quantas delícias. E era um tal de quero mais e quero mais.
Lembranças deliciosas que se misturam ao cheiro de café, pão quentinho, manteiga derretendo na fatia fumegante.
Nos dias atuais quanto perdemos em levantando apressados, tomando café de qualquer jeito, sem cumprimentar o dia que surge, sorrindo, entre as árvores.
Lembranças...
Mas havia outras. Havia aqueles momentos em que todos íamos para a casa da avó. Era o dia dos pais terem seu programa. E lá estávamos nós, os primos reunidos, todos querendo a mesma coisa.
O colchão enorme na sala mal continha todos nós. E com certeza não deve ter durado muito tempo com tantos pulos e batalhas com travesseiros, sobre ele.
Sem falar nos montes que fazíamos. Montes de gente. Um sobre o outro, até despencarmos todos sobre ele, o colchão amigo.
E havia o momento do bolo de fubá, dos bolinhos de chuva. Quanta coisa gostosa havia na casa da vovó. E nenhum de nós estava preocupado com calorias ou dietas.
Hoje, distantes uns dos outros, cada qual com sua vida, sua profissão, sua família, demoramos a nos reunir todos.
Essas lembranças alimentam nossas horas e nos dizem que coisas tão simples podem nos fazer felizes.
Será que estamos oportunizando alguns desses momentos para nossos filhos?
Lembramos de uma batalha de travesseiros, de pular na cama, de aceitá-los entre nós, quando nos buscam, pela madrugada e estamos querendo somente dormir?
Será que reprisamos com eles algumas daquelas coisas que fizeram a grande diferença em nossa infância? Tal diferença que os anos se multiplicaram e elas continuam vivas em nossa memória.
Vivas, felizes, dizendo-nos que a vida é feita de pequenos nadas, quase tudo.
Lembranças de felicidade. Que tal reavivá-las?
Redação do Momento Espírita

A fé que nos conduz



Fé é a confiança da criatura em seus destinos. É o sentimento que nos eleva ao Criador, a certeza de que estamos no caminho que nos conduz para a verdade.
De um modo geral, para adquirirmos a fé inabalável, passamos por tribulações da dúvida e angústias que nos embaraçam a jornada.
Se buscarmos respostas, se questionarmos, teremos como resultado a fé profunda porque estará alicerçada em tudo aquilo que a nossa razão aceita como coerente.
A razão, dizia o Apóstolo Paulo, é Deus em nós. É um reflexo da razão eterna.
Não podemos lhe desconhecer o valor e a utilidade. Se assim fizermos, estaremos menosprezando a natureza humana e ultrajando a própria Divindade.
A fé, iluminada pela razão, nos abre um campo vasto de ação consciente. Harmoniza as nossas faculdades e nos traz paz interior.
Não se trata, portanto, de uma simples crença em certos dogmas religiosos. Está na convicção que nos anima e nos arrebata para os ideais elevados.
Quando temos fé em nós mesmos e ainda a conjugamos com a fé no Pai de bondade, temos capacidade de realizar grandes obras.
Foi assim que Francisco de Assis revolucionou o pensamento cristão, na Idade Média, convidando os homens a um retorno ao Cristianismo primitivo.
Sensibilizou corações jovens que o seguiram, comungando do seu ideal de amor a Deus e às criaturas. Um grande ecologista à sua época, exemplificando o respeito a todo ser vivente.
Foi assim que Madre Tereza de Calcutá venceu todas as dificuldades, até mesmo a má vontade de alguns, e fundou a sua obra de assistência aos pobres mais pobres.
Atraiu para si pessoas idealistas que lhe secundaram os esforços e suas casas de benemerência se espalharam pelo mundo, instaladas sempre nos lugares mais necessitados.
Foi assim que Irmã Dulce, na Bahia, ergueu um hospital, na sua fragilidade orgânica mas grande força moral.
Conseguiu a adesão de muitos corações, tocados pela sua energia.
Foi assim que Divaldo Pereira Franco, também na Bahia, ergueu um lar de bênçãos, a Mansão do Caminho. Atendimento à criança, à família, ao idoso.
Pão para o corpo, pão para a alma com educação, desde a mais tenra idade. Um projeto para formar homens instruídos, esclarecidos. Homens de bem para o mundo.
Todos motivados pela fé. A mesma fé que move o artista, o pensador, o filósofo. Fé que é a visão de algo maior, de um ideal sonhado e que deve se concretizar.
Fé que repousa na base sólida que lhe oferecem o livre pensar e o livre exame.
Mãe dos grandes feitos e dos mais nobres sentimentos, torna o homem firme perante tudo que lhe ocorre.
Detentor de fé, o homem não se permite abalar pelas lutas, pelos revezes. Ao contrário, firme, a tudo enfrenta.
Fé em si mesmo, Espírito imortal. Fé num poder superior, que a tudo governa, tudo preside.
Quando todas as almas encarnadas na Terra se unirem nessa fé poderosa, assistiremos à maior transformação moral que a História jamais registrou.
Iniciemos por nós mesmos, agora, hoje, enquanto é tempo.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. XLIV,
pt. 5, do livro 
Depois da morte, de Léon Denis, ed. FEB.

Para além das aparências

Caso não esteja visualizando, acesse aqui.



Quando a médica entrou no avião, percebeu que aquela não seria uma viagem tranquila.
Ele estava praticamente tomado por pais e filhos que voltavam de um torneio de beisebol para crianças de sete anos.
Os meninos estavam eufóricos, gritando, gesticulando, porque tinham conquistado o segundo lugar.
Rachel imaginou como seriam incômodas as horas de voo, em meio a tanto barulho. Ler ou escrever, tentar se concentrar era mesmo algo impensável.
Ao seu lado se sentou uma senhora, com um garotinho de uns dois anos, que estava profundamente irritado. E fazia questão que todos soubessem do seu protesto, através dos seus gritos.
A médica tentou trocar de lugar, mas o avião estava lotado. Sem chance.
Teria que se conformar com a algazarra e aguentar aquele pequeno, ao seu lado.
Afinal, depois de algum tempo, ele foi se sentar com outro menino, participando das brincadeiras barulhentas.
Então, Rachel resolveu entabular conversa com a senhora, indagando a respeito da liga de beisebol.
Ela lhe falou das inúmeras horas em que trabalhava encorajando as crianças, o esforço para conseguir fundos para as viagens para as competições e compra de material.
Estava ali com dois dos seus quatro filhos, um deles participando dos jogos. Dizia que, no seu bairro, muitos meninos tinham sido mortos ou presos, vítimas das drogas e da violência.
Acreditava que mantê-los ligados ao beisebol era o seguro de vida que ela queria para os seus e os filhos alheios. Afirmava que não bastava ter filhos, era preciso zelar por eles.
Um sentimento de respeito começou a invadir a médica.
Contudo, chegou a sua vez de dizer o que fazia da própria vida.
Quando informou que era oncologista, trabalhando com pacientes terminais de câncer, o rosto daquela mãe foi tomado por uma nuvem de tristeza.
Contou que sua vizinha, sem marido e com quatro filhos pequenos, tinha sido diagnosticada com câncer, há seis meses.
Narrou como o tratamento com a quimioterapia a deixava debilitada, ao ponto de não poder sair da cama, em muitos dias.
E foi dando detalhes e mais detalhes de como a sua vizinha passava mal, com enjoos, não conseguindo se alimentar.
Discorreu a respeito dos medos e dos pesadelos que atormentavam aquele coração.
Rachel ficou curiosa. Como ela sabia de tantos pormenores da vida da sua vizinha? Eram detalhes, alguns até muito íntimos.
A resposta que ouviu a deixou  perplexa. Quando a tragédia visitou a casa ao lado da sua, aquela mulher simplesmente levou a vizinha e seus quatro filhos para o seu próprio lar.
Estavam lá há cinco meses. Entretanto, e o que mais impressionou a médica foi olhar para aquele rosto, que não traduzia martírio, nem orgulho.
Falava de forma simples, como se o que estivesse fazendo fosse a coisa mais natural do mundo: assumir a vida de cinco pessoas, além dos seus tantos compromissos como mãe.
Seu rosto transparecia serenidade.
Então Rachel tomou de um pequeno caderno e anotou, entre a emoção e o respeito: O ato de enxergar pode transformar a pessoa que vê. Também a nossa visão para o resto da vida.
Redação do Momento Espírita, com base no
cap. Enxergando a semente de Buda, do livro
As bênçãos do meu avô, de Rachel Naomi Remen,

ed. Sextante.

O mais difícil






O Terceiro Milênio, que nos chegou com tantas cores de alegria, avança. Os meses se transformaram em anos e o que o mundo nos oferece, de um modo geral, é ainda um quadro de quase desolação.
As reportagens nos mostram vinganças que resultam em mortes ou agressões violentas.
Muitos filmes nos apresentam o homem presumidamente bom, que se transforma, de um momento para o outro, em um perseguidor assassino dos agressores dos seus amores.
É de nos perguntarmos para onde caminhamos, nós, essa Humanidade que aguarda o mundo de paz.
Adotamos facilmente a retribuição do mal pelo mal.
A lição ensinada pelo Mestre de Nazaré permanece esquecida.
No entanto, homens de valor dão testemunho inconteste de que temos a capacidade de perdoar. E que o perdão beneficia a quem o dá e a quem o recebe.
Recordamos do atleta olímpico e capitão da Força Aérea Americana, que lutou na Segunda Guerra Mundial.
Louis Zamperini, em maio de 1943, foi convocado para uma missão de busca de um avião desaparecido. Seu próprio avião sofreu problema nos dois motores e caiu no mar.
Da equipe de dez homens, somente três sobreviveram e ficaram à deriva em dois botes salva-vidas.
Por fim, restaram somente Louis e Russen Allen Phil.
Foram quarenta e sete dias no mar para serem, finalmente, resgatados pelos japoneses e levados para a Ilha da Execução.
Foi submetido a experimentos médicos, torturas e mostrado como se fosse um animal raro em uma jaula. A fome era uma constante.
Mais tarde, foi transferido para o campo de prisioneiros de guerra Omori, onde conheceu seu mais terrível torturador, conhecido como O Pássaro.
Esse comandante sentia prazer na tortura. Tinha a capacidade de bater num prisioneiro por horas. E Louis parecia ser a sua obsessão para os espancamentos.
Ele chegou a perder a audição do ouvido esquerdo, temporariamente, por ter sido agredido violentamente, com um cinto.
No final da guerra, Louis estava no campo de prisioneiros considerado o mais infernal do Japão, o Naoetsu, ainda sob o comando do mesmo sargento japonês.
Louis voltou para casa, atormentado pelo ódio e o desejo de vingança. Tornou-se alcoólatra e quase acabou com seu casamento.
No entanto, enquanto no mar, ele orara e prometera que se sobrevivesse, dedicaria sua vida a Deus.
Demorou para isso acontecer. Então, sua esposa o convenceu a ir a um culto evangélico e ele começou a sua transformação.
Tornou-se um pregador e seu tema recorrente era o perdão.
Confessou que quando substituiu o amor pelo ódio, perdoando os seus inimigos e orando por eles, deixou de ser assombrado por pesadelos.
Visitou muitos companheiros do campo de prisioneiros para lhes dizer que deviam perdoar aos seus malfeitores.
E não pensemos que lhe foi fácil a decisão. Ele afirmava que o mais difícil era perdoar. Mas o ódio é autodestrutivo. Quem odeia, não machuca ao outro mas a si mesmo. O perdão, dizia, é uma cura, uma autocura.
*   *   *
Se estamos padecendo as agruras do ódio, pensemos a respeito e proponhamos nos libertar. Tentemos o perdão e nos libertemos.
Afinal, todos merecemos ser felizes.

Redação do Momento Espírita, com
 dados biográficos de Louis Zamperini.

A Luz




Ele não tinha sombras. Ele era Luz. Veio para as trevas e as trevas não O reconheceram.
Brilhou em meio à escuridão mas, os que perceberam Sua luminosidade, nada mais desejaram senão apagar a luz que irradiava.
Ele não tinha sombras porque era perfeito. Nenhum traço de inferioridade lhe manchava a personalidade. Antes que a Terra exalasse seu primeiro suspiro como um planeta propício à vida, Ele já era.
Por isso, muitos O julgaram o próprio Incriado e o confundiram com a Divindade. Mas Ele, sempre correto, esclareceu, desde o primeiro momento: Eu vim para cumprir a vontade de meu pai, que está nos céus.
Ele não tinha sombras. Nenhuma culpa, nenhum senão lhe maculava o Espírito.
Por isso, podia estabelecer o convite: Vem e segue-me.
Senhor do mundo, pastor de um rebanho de almas incultas, eivadas de erros e de viciações morais, veio para as conduzir.
Contudo, nem todos lhe ouviram a voz ou O desejaram seguir naqueles tempos.
Por isso, Ele prossegue com o insistente chamado, anunciando as bem-aventuranças do reino do Pai.
Ele era a Luz. Os que nada desejavam senão espalhar sua própria sombra, O perseguiram, levantando calúnias, engendrando maldade.
Ele respondia com amor. Por onde passava, deixava pegadas luminosas a fim de que os que viessem empós, na fieira do tempo e das vidas, pudessem segui-lO. Quando o desejassem, quando lhe pudessem compreender a mensagem.
Falando com a autoridade de quem faz o que recomenda, Ele se dirigia aos Espíritos perturbadores e infelizes, arrancando-os da insensatez.
A Sua era a mensagem da paz: A minha paz vos deixo, a minha paz vos dou.
Senhor das estrelas, não amealhou bens perecíveis, antes preocupou-se em conquistar corações para o reino de Deus.
A quem O feria, qual o sândalo que perfuma o machado que o agride, brindava com o aroma da Sua paz.
De tal forma isso impregnava a criatura que não mais O esquecia. E, na poeira do tempo, optava por se entregar a Ele.
Manso como as pombas, jamais se deixou vencer pelos violentos, a eles respondendo com a dignidade da Sua conduta.
Ao soldado que O esbofeteou em plena face, indagou, sem medo: Se disse algo equivocado, aponta meu erro. Mas, se nada disse errado, por que me bateste?
E, quando a hora soou, qual um cordeiro levado ao altar dos holocaustos, Ele se entregou, sem reagir.
E, sozinho, enfrentou o juízo arbitrário dos pigmeus que detinham o poder tolo e temporário: Anás, Caifás, Pilatos.
Ele era o Senhor do mundo e submeteu-se à justiça comezinha dos homens, ensinando que o exemplo fala mais alto do que as palavras.
Ele era a Luz. Até hoje, Ele brilha e espera.
Espera que as Suas ovelhas lhe atendam ao chamado, reconheçam a Sua voz e descubram que com Ele não mais haverá noite de solidão e amargura.
Que com Ele, não haverá sede de justiça porque Ele é a água viva, que dessedenta para sempre.
Com Ele não haverá carências pois Ele é a plenitude.
Ele é Jesus, o Filho de Deus, o Bom Pastor das nossas almas.
Ele é o Enviado, o Messias aguardado no tempo e anunciado por séculos na voz dos profetas.
Ouçamo-lO. Sigamo-lO. Ele é a Luz, o Caminho, a Vida...
Redação do Momento Espírita.Disponível no CD Momento Espírita, v. 26, ed. FEP.

Um amor de avó




Ser avô ou avó é algo verdadeiramente incrível. Vencer os anos até poder ver os próprios filhos se tornarem pais, é emoção intraduzível.
Também porque na qualidade de avós, já vencemos a maternidade e a paternidade, tivemos nossas dificuldades e agora podemos contemplar, de outro ângulo, esses pequeninos que surgem em nossas vidas.
É uma fase bem diversa daquela em que os filhos nos chegaram e precisávamos pensar em tudo, enquanto a inexperiência nos trazia tantas incertezas.
Para os netos, os avós constituem um capítulo à parte. Existem aqueles que crescem, sob cuidados atentos deles, por ausência dos pais.
Existem outros que têm a casa dos avós como um segundo lar, um lugar de apoio, recreação, diversão.
Um lugar que buscam quando se desentendem com os pais, ou com o primeiro amor.
Há os que se habituaram a ter, semanalmente, o dia dos avós, ou seja, o dia de ficar com eles.
Dia de brincar, de pular na cama, de tomar sorvete, comer bolinho de chuva...
De qualquer forma, esses seres maduros fazem a diferença em muitas vidas.
Talvez tenha sido essa a razão pela qual aquela jovem, ao ter ciência de que sua avó, de 102 anos, não poderia comparecer ao seu casamento, por causa da saúde frágil, teve uma atitude inusitada.
Sabendo da importância que a ocasião representava para a avó, Tara, a noiva, decidiu que transportaria a celebração até onde ela estava internada.
Levando consigo fotógrafa, maquiadora, cabeleireira, além das joias e do vestido que usaria no grande dia, Tara voou até a Flórida para que a avó pudesse ter a chance de ver como ela ficaria vestida de noiva.
Para completar a surpresa, as duas posaram para um ensaio de fotos mais do que especial.
Difícil descrever a alegria, o sorriso daquela senhora. Ao se despedir, ela segurou o rosto da neta, olhou no fundo dos seus olhos e disse: Eu te amo muito.
Vinte e sete dias depois ela morreu.
Quanto à Tara, no dia do casamento oficial, surpreendeu a família com o ensaio fotográfico que fizera com a avó. A emoção foi indescritível. Não houve quem não deixasse que as lágrimas descessem pelas faces.
*   *   *
Ficamos imaginando os sentimentos daquela avó, com a presença da neta, podendo vê-la vestida a caráter para o casamento.
Mais do que isso, ter-lhe recebido o carinho e participado da sessão de fotos. Como deve ter se sentido amada.
Não sabemos se o casamento se deu antes ou depois da morte da avó, mas de um detalhe temos absoluta certeza: encarnada ou desencarnada, ela deve ter assistido, em espírito, ao belo consórcio de sua neta.
Imaginamos também que no futuro, quando Tara tiver seus filhos, terá fotos lindas para mostrar a eles.
Mais do que lhes falar do respeito e do amor que se deve ter aos antepassados, lhes mostrará do seu próprio exemplo.
E todos sabemos que mais do que as palavras, são os exemplos que produzem efeitos positivos na educação.
Oxalá haja muitas netas desse quilate no mundo. E muitas avós que, por sua dedicação e carinho, mereçam algo semelhante e muito mais.

Redação do Momento Espírita, com base em
fato colhido no site Claudia.abril.com.br,
em 11.9.2019.