NÃO SE SENTIR INJUSTIÇADO
O missionário do bem se mostrava muito triste. Há dias, não conciliava o sono.
*Tendo se dedicado ao próximo, de forma integral, recebia as pedradas de uma grande injustiça.*
E sofria. Doía-lhe a cabeça. A alma sangrava.
*Rogando o socorro dos benfeitores da vida, seu guia espiritual lhe apareceu e, ouvindo-lhe a mágoa, recordou-lhe que o mal não deve ser valorizado.*
Tu é quem estás dando valor à injustiça. Se dás valor à mentira, deves sofrer o efeito da mentira. *Se tu sabes que não é verdade, por que estás sofrendo?*
E para o confortar, lhe narrou a seguinte parábola:
*Havia uma fonte pequena e insignificante, perdida num bosque. Um dia, um viajante passou por ali, atirou um balde, retirou água e acabou com a sede.*
A fonte ficou feliz e disse para si mesma:
“Como eu gostaria de poder dessedentar os viandantes, já que sou uma água preciosa.”
*E Deus permitiu que ela viesse à tona, de forma que as aves e os animais pudessem dela se servir.*
“Que bom é ser útil. Gostaria de ir além, umedecer as raízes das árvores. Correr a céu aberto.” – Pensou a fonte.
Veio a chuva, ela transbordou e se transformou num córrego.
Feliz, desejou chegar ao mar, porque o destino dos córregos e dos rios é atingir o mar.
*E o riacho se tornou um rio. O rio avolumou as águas. Mas, numa curva do caminho, havia um toro de madeira, impedindo-lhe a passagem.*
O rio tentou passar por baixo, contornar. Sem êxito. Então o rio cresceu e transpôs o obstáculo com firmeza.
No seu percurso, foi levando seixos, pedras, pequenos empecilhos que encontrou.
*Quando algo imovível se apresentava à frente, ele crescia e o transpunha, até alcançar o mar.*
E concluiu o benfeitor espiritual:
*Todos nós somos fontes de Deus.* Um dia, alguém se acercou de ti e pediu para beber da água que tinhas.
A felicidade te encheu a alma e pediste a Deus para servir mais. Então, transbordaste de amor e cresceste.
A alegria cantava hinos aos teus ouvidos. *Agora, quando uma dificuldade se apresenta, tu choras?*
Faze como o rio. Transpõe as pedras das dificuldades. *Não fiques a te lamentar.*
Tua fatalidade é o mar, o grande oceano da misericórdia divina.
*Pode ser que, em tua vida, estejas a passar por algo semelhante.*
Aproveita a lição. Não permitas que os maus te entravem a trilha por onde segues.
*Confiante, ora e suplanta as dificuldades.*
Injustiças te perseguem? *Não faças caso, não as valorizes, porque somente a verdade é imperecível.*
Os homens que cometem as injustiças, logo mais não estarão mais na Terra.
Como tu mesmo. *Preocupa-te somente em oferecer as águas do teu amor a quem necessita.*
Não permitas que a inveja e a maldade empanem o brilho das tuas conquistas.
*O que importa é a tua semeadura nobre, digna, de cada dia para que, ao final da jornada, possas olhar para trás e ver somente o rastro de bênçãos que deixaste em tua caminhada.*
Y
(Momento Espirita -A parábola,
do livro A veneranda Joanna de Ângelis, de Celeste Santos e
Divaldo Franco)
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