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terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Profissões

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Momento Espírita
 


Uma das nossas graves preocupações, na qualidade de pais, diz respeito à escolha da profissão pelos nossos filhos. Justifica-se pelo mundo de dificuldades em que vivemos.
Afinal, ansiamos pela vitória de nossa prole no cenário do mundo. Não há quem não pense em como se sentirá orgulhoso e aliviado no dia em que o filho sustentar nas mãos o canudo universitário, conquistado em anos de estudos.
É sua carta de alforria para enfrentar um mercado de trabalho sempre mais exigente.
Por isso mesmo, é comum interferirmos na escolha que deveria ser exclusiva dos filhos. Entram em campo várias considerações e não poderia faltar, naturalmente, a questão da profissão mais vantajosa, a que concede status social, aplauso público.
Contudo, toda profissão é nobre. E o nosso objetivo como educadores e orientadores dos filhos deveria ser sempre o de apontar o caminho da nobreza e do bem, deixando a senda profissional sem maiores interferências de nossa parte.
Se bem lembrarmos, todos nos servimos do pão à mesa do café da manhã. E para que o pão chegue até nossa mesa, trabalhou o agricultor que arou a terra, nela depositando a semente preciosa, para a colheita oportuna e farta do grão.
Este, por sua vez, necessitou de quem o transportasse, o motorista, que, por sua vez, precisou de quem fabricasse o veículo apropriado e o mantivesse em condições de trafegar, o metalúrgico, o mecânico.
Foi para as mãos zelosas dos funcionários dos silos, passou pelos ombros fortes dos carregadores. Transformado em farinha, necessitou da habilidade do padeiro para a feitura da massa, que não dispensou o fermento e o forno apropriado, também vindos de outras mãos profissionais.
Finalmente, circulou para os balcões das padarias e dos mercados, através de mãos operosas de repositores e vendedores e foi apanhado, ainda cedo, pela empregada que o conduziu até nossa mesa.
Um simples pão. Quantos profissionais. Anônimos e esquecidos alguns. De salários mínimos, diversos deles. Iletrados tantos. E nos permitem provar um pão fresquinho pela manhã.
Toda profissão é nobre, quando exercida com zelo. Do carpinteiro que concede forma à madeira ao que programa complicados computadores para análises astronômicas.
Da professora que desvenda os mistérios da leitura para olhos e ouvidos ávidos por aprender aos cientistas que ilustram nossas academias.
No concerto da vida, necessitamos sempre uns dos outros, numa perfeita lei divina que sugere que nos demos as mãos e nos amemos uns aos outros.
*   *   *
Jesus foi carpinteiro. Nasceu pobre, entre pessoas que ganhavam a vida com seu próprio trabalho.
Antes de anunciar a Boa Nova serviu na carpintaria de Seu pai. Aquelas mãos que um dia iluminariam os cegos, abençoariam os simples e curariam doentes, durante anos moldaram mesas, bancos e berços.
Aquelas mãos que conheceram calos, fadigas e arranhões, eram mãos que sabiam manejar os instrumentos de carpintaria.
Como derradeira lição, em matéria de profissão, na última ceia realizou a tarefa que era exclusiva dos escravos de então: lavou os pés dos Seus Apóstolos, reunidos no salão para as despedidas daquela noite.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no cap.O Divino Operário, do livro Lendas do Céu e da Terra,
de Malba Tahan, ed. Record.
Em 4.12.2018.

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