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terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Nossos direitos

Antonio sentiu-se mal atendido na loja. Reclamou com a vendedora e com o gerente.
Saiu contrariado, sem adquirir o produto desejado. Na rua, encontrou um casal de amigos e compartilhou com eles sua indignação.
Chegando em casa, acessou o site de reclamações e descreveu em detalhes o ocorrido, registrando, dessa forma, o mau atendimento recebido no estabelecimento, ampliando a reclamação para toda a rede de lojas.
Nisso, Antonio perdeu a manhã toda, intoxicando-se com a própria raiva, sem conseguir resolver o que precisava.
Ele não se lembrou das vezes em que fora bem atendido naquela mesma loja; das vezes em que os vendedores se desdobraram para conseguir o produto que ele desejava.
Tampouco se lembrou das vezes em que estava mal humorado e foi ríspido com quem o atendia.
Ele havia ficado frustrado porque não conseguira o desconto que queria no produto. A vendedora tinha um limite e não pudera atender às suas expectativas.
Orgulhoso e desacostumado a ser contrariado, Antonio considerou como ofensa a negativa recebida.
*  *  *
Muitas vezes, nosso orgulho nos faz ter uma ideia distorcida dos fatos.
Quando nos julgamos mais importantes que os demais, criamos expectativas irreais e nos frustramos por não recebermos o tratamento e a consideração que imaginamos merecer.
Esquecemos que todos somos iguais perante as Leis Divinas. E também conforme as leis humanas.
Se as leis humanas por vezes são deturpadas para atender aos caprichos de quem se sente no poder, as Leis Divinas não contemplam privilégios. São perfeitas e imutáveis.
Quando nos sentimos ofendidos, prejudicados, buscamos os nossos direitos conforme as leis humanas. Reclamamos, despendemos tempo e energia exigindo retratação, compensação, justiça.
É de nos perguntarmos se temos esse mesmo empenho para cumprir com os nossos deveres, tanto os deveres cívicos quanto os morais.
Basta pensarmos no Decálogo. Basta recordarmos dos ensinamentos de Jesus. Amamos e respeitamos ao Pai Celeste e ao nosso próximo como a nós mesmos?
Evitamos cometer atos ilegais, maliciosos, delitos de qualquer espécie, como por exemplo, furar uma fila, sonegar um imposto, corromper um fiscal, entre outros atos?
Evitamos falar mal dos outros, deixando a maledicência e a fofoca bem longe de nossas mentes?
Somos pacientes e tolerantes com parentes e familiares problemáticos? Atendemos às necessidades de nossos pais, especialmente se idosos e enfermos?
Quando não cumprimos com nossos deveres, isso fica registrado, embora não em um site de reclamações.
Nossos pensamentos e atos geram energias que ficam gravadas em nós. Se forem negativos, nos acompanham até que mudemos e passemos a agir de acordo com as Leis Divinas.
E isso pode tardar anos ou muitas vidas, a depender de nós mesmos.
Todos somos credores do respeito aos nossos direitos. Entretanto, não nos esqueçamos de que, acima de tudo, temos o dever de respeitar os direitos de todos ao nosso redor.
Se todos assim agirmos, o mundo será um lugar realmente justo para a grande família que compomos, os que habitamos este planeta em transição para um mundo melhor.
Redação do Momento Espírita.Em 28.9.2018.

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