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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Após a tempestade

Após a tempestade

Não são muitas as pessoas que reconhecem o valor da mensagem impressa, atribuindo aos livros pouca ou nenhuma importância.
Assim pensam, sem imaginarem o que seria dos ensinos de Jesus se os Evangelistas não os tivessem anotado e entregue à posteridade. E da filosofia de Sócrates, sem os escritos de seu discípulo Platão.
O tempo ter-se-ia encarregado, com certeza, de os diluir nos séculos, eis que todas as histórias que somente vivem na memória das criaturas e são passadas oralmente, de geração a geração, acabam por se tornar lendas, cujo fundo de verdade é bem difícil de ser identificado.
Há algum tempo, uma jovem senhora vivia um drama familiar imenso. O marido a abandonara e ela não dispunha de meios para garantir o sustento dos três filhos menores.
Lesada no afeto e sem vislumbrar melhores perspectivas, resolvera abandonar a vida física. Arquitetou uma estratégia e conseguiu uma substância corrosiva para realizar o seu intento.
Enquanto retornava ao lar, acariciando no bolso a porção fatídica, passou por uma banca de livros espíritas e a capa de um determinado livro lhe chamou a atenção. Aproximou-se, abriu-o e leu alguns títulos.
O atendente, vendo-a devolver o livro à prateleira e fazer o gesto de quem iria se retirar, perguntou-lhe se não desejava levar a obra.
Timidamente, ela se desculpou, dizendo que não dispunha de dinheiro. O jovem, sensibilizado, tomou do volume e o colocou nas mãos da senhora, presenteando-a.
Ela se foi com a obra intitulada Após a tempestade. Chegando em casa, pensou em ler uma página. Seria a sua despedida do mundo.
Folheou-o e surpreendeu-se com um título: Suicídio.
Sentou-se e leu atentamente as observações ali contidas a respeito dessa fuga da vida.
Ao concluir a leitura, a vontade de matar-se já havia passado. Virou a página e leu outra mensagem, e outra mais, até que se deu conta de que tinha lido várias e seu estado de ânimo mudara.
As lágrimas lhe brotavam com abundância dos olhos. Havia motivos para viver: Deus a amava e ela era responsável por três vidas, além da sua própria.
A vida é patrimônio divino e não deve ser malbaratada. Dispôs-se a prosseguir vivendo.
Os meses escoaram e a situação se transformou. Conseguiu um emprego. Voltou-se para a religião, ela que até havia se esquecido de orar.
Cinco anos depois, sua vida se reestruturara e ela seguia feliz. Cinco anos... após a tempestade.
*   *   *
Muitos livros existem à disposição de almas aflitas e seres sedentos de orientação.
Livros grandes, pequenos, opúsculos. Todos servem ao objetivo do amor divino: atender os Seus filhos que vivem o infortúnio, para que se redescubram e descubram o amor que nunca perece.
*   *   *
O livro nobre, impresso ou virtual, pode ser considerado pão da vida. É preparado com o trigo da sabedoria para sustentar as criaturas, todos os dias.
Difundir o bom livro é espalhar esperanças no mundo. As almas sofridas nele encontrarão sempre repouso para as suas fadigas e a luz do conhecimento para as suas mentes. Pensemos nisso e nos empenhemos em divulgar os bons livros.

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