Páginas



sábado, 19 de setembro de 2015

Perdoar

Com naturalidade

Se há um assunto que deve ser encarado com a maior naturalidade, inclusive em casa com os filhos, é a velha questão da morte. Sim, afinal, ela é algo absolutamente certo na vida de todo ser humano. Todos viveremos a experiência de encontrar-se com o tal fenômeno que enrijece o corpo e ausenta a pessoa da convivência com a família.
E o assunto deve mesmo merecer nossa atenção porque ela, a morte, é quase sempre visita inesperada ou evitada, mas é uma visita necessária e de presença certa, que pode ocorrer a qualquer momento, sem aviso muitas vezes. Ocorre que desde milênios, a morte sempre foi encarada como algo aterrador, que joga suas vítimas para valas de escuridão e causa pavor nos que ficaram, pois sempre foi vestida com as roupagens do sobrenatural e do misticismo. Isto porque caía no terreno do desconhecido.
Porém, o desconhecido tornou-se conhecido. Com a revelação espírita, os próprios que já haviam enfrentado o fenômeno da passagem para a pátria verdadeira retornaram para descrever a nova morada. Na verdade, a morte não existe, pois a alma vive sempre. Morre o corpo, instrumento de experiências para o espírito, de vida curta, porém. Mas, a individualidade prossegue após a morte do corpo físico.
E muitos perguntam: Mas como é depois? E chegam a afirmar: ninguém voltou para dizer… Eis o engano: voltaram sim e revelaram como é. Mas aí pode surgir outra dúvida: como crer que isto seja real? Eis o segredo: raciocinar.
Os espíritos, que nada mais são que os seres humanos antes e após o corpo, através de uma capacidade orgânica chamada mediunidade, podem entrar em comunicação com quem ainda está aqui na vida material. E neste intercâmbio, revelam a própria situação, suas impressões e experiências. Foi o que fez Allan Kardec com a publicação de O Livro dos Espíritos, mas com um detalhe: essas informações devem ser aprovadas pela lógica, pelo bom senso e pela concordância geral. Se fugir desses itens, esqueça!
É aí que surge o segredo de raciocinar, atitude que todos podem usar.
Pensemos que o dinamismo da vida não pode resumir-se naquilo que vemos e vivemos aqui, por tão curto espaço de tempo. E Deus, sendo Pai, não poderia reservar a destruição ao final de uma experiência. Simples, não? A vida continua, pois. Como é, entretanto, a nova vida?
Essa descoberta notável depende do interesse de cada um em conhecer e estudar.

Como Melhorar

Há um meio prático de se melhorar nesta vida, moralmente falando, resistindo às más tendências e procurando adquirir mais virtudes? Uma recomendação do filósofo   Sócrates indica o melhor caminho: Conhece-te a ti mesmo!
Isso significa uma viagem interior de questionamentos, uma entrevista onde somos o entrevistado e o entrevistador. Sim, questionarmos a nós mesmos, avaliando diariamente  o próprio  comportamento para averiguar se alguém tem algo a reclamar de nós ou se cumprimos com o próprio dever no dia que passou. Esta auto-avaliação pode ser resumida em cinco itens:
  1. a) Interrogarmo-nos sobre o que temos feito;
  2. b) Com que objetivo fizemos ou agimos dessa ou daquela forma;
  3. c) Se fizemos algo que censuraríamos se praticado por outra pessoa;
  4. d) Se algo fizemos que não ousaríamos confessar;
  5. e) Se ocorresse a morte, teríamos temor do olhar de alguém?
E poderíamos ainda examinar se agimos contra Deus, contra nosso próximo e contra nós mesmos. As respostas obtidas nos darão o descanso para a consciência ou a indicação de um mal que precisa ser curado. Havendo dúvida sobre determinado comportamento, há ainda um passo decisivo: “(…) Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não na podereis ter por legítima quando fordes o seu autor (…) “.  Esta dica, inclusive é precisa para possíveis questionamentos sobre ilusões do julgar-se a si mesmo, atenuando as faltas ou tornando-as desculpáveis. Se censuramos no comportamento de outra pessoa, é sinal que não aceitamos. E, portanto, trata-se de comportamento que não devemos adotar.
A formulação nítida e precisa de questões dirigidas a nós mesmos sobre o móvel de nossas ações ou o questionamento de nossas motivações é o caminho de nos conhecermos. E, convenhamos, conhecendo a nós mesmos, alcançaremos a reforma moral. Imagine-se agora se cada ser humano travar essa intensa luta consigo mesmo para melhorar-se a si mesmo, teremos um mundo melhor. É o que todos desejamos, não é?
Anotações preciosas essas, de Santo Agostinho, na resposta à questão 919 de O LE.

OS PROFETAS BÍBLICOS DESENCARNADOS E OS ENCARNADOS OU MÉDIUNS

Eu estudei para padre Redentorista e me aprofundei muito nas questões teológicas e bíblicas de acordo com as teses cristãs tradicionais.
Os teólogos e tradutores da Bíblia adulteraram passagens dela para adaptarem-na às doutrinas erradas criadas por eles e por outros seus colegas do passado. Mas a maior adulteração da Bíblia é feita por seus intérpretes. Eles afirmam, com a maior cara de pau, que estão errados ensinamentos claríssimos da Bíblia que são contrários aos seus interesses. E falam como se eles fossem ditadores. Isso se torna uma grande propaganda contra a sua própria igreja, principalmente quando o assunto ganha a mídia. E, lamentavelmente, seus fiéis que, em sua maioria, são pessoas simples, de pouca cultura e não pensam, mas deixam que esses seus líderes religiosos pensem por elas, engolem tudo o que eles dizem como sendo verdades inquestionáveis.
A Bíblia está cheia de espíritos humanos que se manifestam porque estão vivos, são inteligentes, amigos e até pertencentes às nossas famílias. Eles são, pois, nos originais gregos do Novo Testamento, os demônios (“daimones”), ou seja, espíritos humanos que podem ser bons, maus, mais ou menos e até angélicos. Daí que se diz que há anjos bons e anjos maus. Se Deus permitisse que somente os demônios maus se manifestassem a nós, Ele estaria mancomunado com eles na divulgação do mal. Mas não é isso que acontece, pois os bons manifestam-se, também, e até os demônios já angélicos! Esses fenômenos espirituais ou mediúnicos, apesar de comprovados na Bíblia por estudiosos bíblicos independentes e por cientistas de até Prêmio Nobel, ainda têm uma grande porcentagem de cristãos que os ignoram e até os combatem ferozmente como acontece com uma minoria de pastores evangélicos fanáticos. Mas como disse o excelso Mestre nada ficará oculto.
As profecias bíblicas são feitas por profetas de dois tipos: os profetas ou espíritos desencarnados que inspiram, falam e escrevem por meio dos profetas encarnados, isto é, os médiuns. Kardec apoiou essa comunicação entre os dois mundos físico e espiritual. Mas não aprendi isso com ele, mas sim com o estudo da própria Bíblia, relembrando os meus queridos leitores que eu estudei para padre Redentorista e consagrei minha vida ao estudo avançado dela, das religiões e, entre elas, o espiritismo, que é uma doutrina dos espíritos e não bem de Kardec, que é apenas seu codificador.
Moisés (não Deus) condenou, com razão, a prática da mediunidade entre os hebreus, povo comandado por ele, por causa da ignorância, comércio e charlatanice entre os médiuns ou pneumáticos. Essa própria proibição de contato com os espíritos é prova de que tal contato existe. E ele apoiou os profetas sérios e honestos Heldade e Medade que recebiam espíritos e profetizavam. (Números 11: 24 a 30). E, também, Paulo ensinou que os espíritos dos profetas (espíritos desencarnados) estão sujeitos aos profetas (médiuns), que, realmente, podem aceitar ou não a comunicação de um espírito (1 Coríntios 13: 32).
As profecias, pois, são feitas por espíritos santos dos profetas desencarnados, que usam os corpos dos profetas encarnados (médiuns). Mas temos que examinar os espíritos (1 João 4: 1), para sabermos se são espíritos do bem ou do mal, para que não venhamos dar crédito a falsas profecias dos espíritos que profetizam!

Espiritualidade dos Animais

Os animais têm alma?

Essa é uma pergunta recorrente e o interesse pela espiritualidade dos animais vem crescendo a cada dia. Chalmers nos diz que a matéria em si é incapaz de produzir consciência, sendo assim, de onde viria então essa consciência?
Antes de responder se os animais possuem alma, precisamos ver o que o espiritismo nos fala sobre o significado de alma:
Do latim Anima : consciência, aquilo que anima, que sopra vida, Princípio Inteligente Universal, Espírito encarnado. Essas são todas as indicações de alma, e podemos acrescentar que sem a alma a matéria não sobrevive.
De onde vem a alma?
A Alma/Espírito é uma Centelha Divina emanada de Deus. A Mônada Espiritual (Centelha Divina do Principio Inteligente que irá evoluir),se desprende de Deus e inicia seu estágio evolutivo num dos muitos reinos, neles vai acumulando energias que vão aos poucos ampliando as condições de possibilidade para que desperte, depois de passar pelo reino mineral, para o reino vegetal. Ali novamente ela vai adquirindo novas energias, novas condições de sensibilidade que irão se acelerar aos poucos, permitindo-lhe, após séculos, transitar deste para o reino animal, onde irá se individualizar ; é neste reino onde o instinto irá despertar, onde a inteligência, os valores morais, os primeiros indícios da razão irão surgir , permitindo que esse espírito depois de muitos séculos – alguns autores colocam milênios- possa ingressar na fase hominal, que também não é a última nem a mais perfeita, mas somente um estágio de aprendizado, onde valores éticos, morais, onde a racionalidade iniciada no reino anterior deverá se desenvolver em prol de um Bem Maior. Caibar Schutel em A Gênese da Alma sabiamente coloca  que “ tudo tem por alvo o progresso, a evolução para a perfeição, estando todos,desde o mais microscópico ser, submetido as Leis de Evolução.
Também para Sócrates o corpo era o instrumento do Espírito.Mas aí podemos no confundir entre Alma, Espírito(com E maiúsculo)e espírito(com e minúsculo). 
Espírito é a individualização do Princípio Inteligente Universal no plano espiritual, tal como nossos corpos sãoindividualizações materiais no campo FísicoQuando o Espírito reencarna num corpo material é chamado de Alma e a única diferença entre Espírito(com E maiúsculo) e espírito (com e minúsculo) é didática, uma separação entre a alma dos seres humanos e dos animais, que demonstra apenas a diferença na evolução dos valores morais de um e de outro. E agora chegamos a questão mais importante : Os animais tem alma?
Sim, todos os animais possuem um espírito encarnado que lhes anima o corpo material, como poderemos constatar no Livro dos Espíritos.
 Resposta. Q. 597 : Há nos animais um princípio independente da matéria e que sobrevive ao corpo
597-a) - Será esse princípio uma alma semelhante à do homem? 
R. “É também uma alma, se quiserdes, dependendo isto do sentido que se der a esta palavra. É, porém, inferior à do homem. Há entre a alma dos animais e a do homem distância equivalente à que medeia entre a alma do homem e Deus.”
O que sabemos sobre a alma dos animais?
1) A alma é um espírito encarnado e traz em si todas as potencialidades morais e intelectuais. 
2) Os animais trazem, em estado rudimentar e conforme seu nível de progresso evolutivo a inteligência fragmentada e traços -em estado latente- de moralidade.
3) Reencarnam e que no Plano espiritual são tratados por irmãos dedicados a eles, que os preparam e auxiliam até nova reencarnação.
4) Estão destinados à mesma Lei de Progresso que todos os seres humanos.
Seria impossível não crermos, diante disso, que os animais não possuam uma alma que com o tempo irá evoluir atingindo reinos superiores – até onde conhecemos os reinos são divididos em reino mineral, vegetal, animal e hominal, mas há quem aponte o reino dosfunghi, (entre o vegetal e animal) até chegar ao reino que, sem outro termo específico, mas meramente didático, colocaremos como reino hominal. 
A questão agora é conhecermos as implicações que esse conhecimento nos traz.
Simone Nardi